João Pimenta trouxe um pouco mais de qualidade pra SPFW. A inspiração mais clara e óbvia da coleção é o renascimento e a chegada da família real no Brasil, mas como sempre João não faz isso de uma maneira óbvia: consegue uma mistura delicada entre o romantismo da renascença com o street e surf-wear, um passado recriado/recontado, uma leve mistura de androginia e uma conversa de masculino-feminino; alem da mistura de underwear com streetwear: blaser ajustados, estremamente bem trabalhados e repletos de detalhes, com shorts justos e acima dos joelhos, camisa preta ajustada se funde com a braguilha do shorts que se transforma em uma especie de macaquinho (com costas amostra); alem da mistura de androgina e sensualidade como a bermuda preta: a braguilha faz com que a peça se torne de cintura alta, traz feminilidade a uma peça bem masculina; e o trabalho com a renda que tambem traz uma feminilidade pra coleção.
A cartela de cores é basicamente bege, areia, preto e azul; mas o mais legal das cores é a forma como elas trasmitem uma ideia de velho, uma deia de que a maioria dos looks eram para serem branco e preto só que graças ao tempo o branco ficou encardido e velho e/ou o preto desbotou.
Com o desfile do João Pimenta cada vez mais é possível notar a indecisão das pessoas que gostam de moda: quando uma pessoa/marca faz uma coleção de menswear irrelevante falam que moda masculina brasileira está fraca; agora quando uma pessoa/marca faz uma coleção lindíssima e super bem trabalhada diz que é fantasiosa e que nunca vai ver um homem usando - pelo menos um homem de mal gosto não vai usar essa coleção :).
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